Na sua intervenção, Manuel Alegre criticou o Presidente da República por «uma certa falta de comparência» neste tempo de crise, considerando que este tem andado por muitos sítios, «menos onde devia estar, que era no centro da crise».
O facto de Cavaco Silva não ter convocado o Conselho de Estado, não ter reunido os partidos quando devia, não ouvir os sindicatos e associações patronais, não ter promovido uma mediação político-social e ter permitido esta «coisa estranha» de serem «os banqueiros a fazer pressão sobre as forças políticas e virem mediar o orçamento», representa para o candidato uma «perversão da nossa democracia e da nossa constituição, que consagra a independência do poder político em relação ao poder económico».
Para Manuel Alegre, esta é uma situação que «requer uma outra visão de Portugal, mais aberta, mais humanista, mais solidária», mas também outra visão das liberdades, «menos preconceituosa em relação às discriminações que afectam as pessoas». E requer também «outra concepção do próprio exercício dos poderes presidenciais», acrescentou.
O candidato lembrou ainda, perante cerca de uma centena de apoiantes que, há cinco anos, esta mesma sede em Évora foi a primeira a ser inaugurada dando o arranque da sua campanha, sendo neste distrito, bem como em Coimbra e Setúbal que obteve os melhores resultados eleitorais.
Manuel Alegre tinha visitado antes o Museu de Évora, cujo espólio principal é constituído por escultura arquitectónica e tumulária dos séculos XIV a XVI proveniente de conventos e edifícios demolidos na cidade durante os dois últimos séculos. «Um museu muito belo, riquíssimo, uma viagem pelo tempo, pela história, pela cultura, a lembrar-nos que uma nação não é só economia, não é só finanças nem é só orçamento. Há muito mais vida, há mais cultura e mais país para além da espuma dos dias», considerou após a visita guiada pelo director do Museu de Évora, António Camões Gouveia.
1 comentário:
Manuel Alegre, um presidente justo e solidário no combate à corrupção...
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